Nova secretária: em entrevista à rádio Araranguá, Luciane Ceretta fala sobre projetos para Educação Estadual
Em entrevista ao programa Dia a Dia, da Rádio Araranguá, a nova secretária de Estado da Educação de Santa Catarina, professora Luciane Bisognin Ceretta, compartilhou as primeiras impressões e metas ao assumir o novo cargo. Reconhecida por sua atuação como reitora da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e presidente da Acafe, Luciane se licenciou de ambas as funções para dedicar-se exclusivamente à gestão estadual da educação.
Segundo Luciane, a decisão de aceitar o convite do governador Jorginho Mello foi pautada por sua trajetória de vida dedicada à educação. “O que me levou ao aceite do convite do governador Jorginho Mello foi o fato de a Educação ter sido, ao longo da minha vida, a minha grande bandeira. Todas as minhas lutas sempre foram em prol da Educação. Quando recebo o convite e posso dar minha contribuição para a educação pública do Estado, me sinto lisonjeada. Sem dúvidas, um convite irrecusável. Será um ano e seis meses à frente da pasta. Pouco tempo, mas me esforçarei muito em prol dessa responsabilidade.”
Compromisso com a região do Extremo Sul Catarinense
A secretária anunciou visita à região do Extremo Sul para tratar de demandas específicas. “Sei dos desafios que tenho pela frente. Com relação ao Teatro Célia Belizária e demais escolas do Extremo Sul Catarinense, estaremos na próxima sexta-feira, dia 23, na região e buscaremos resoluções para as demandas”.
Melhoria da infraestrutura e climatização das escolas
Luciane enfatizou que um dos focos de sua gestão será a melhoria estrutural das escolas da rede estadual. “De modo geral, uma das pautas será a infraestrutura das escolas e a climatização das escolas. Tenho isso comigo e será feito. Não posso dizer que chegaremos no fim do ano com todas as escolas climatizadas, mas esforços para tal objetivo não faltarão. A questão da infraestrutura precisa ser encarada com muita responsabilidade. Tenho completa autonomia e as condições estão postas. Nosso Estado é próspero e pujante. Existe apoio do governo, e teremos condições para resolver os problemas da educação hoje”.
Foco na manutenção, melhoria e emergências
A secretária anunciou que os primeiros esforços serão concentrados na manutenção e resolução de problemas urgentes. “Como foco inicial, vamos lutar pela manutenção e melhoria. Vamos tratar a dor emergente. Precisamos olhar para a infraestrutura, avaliação do desempenho dos estudantes, valorização do professor e o ensino técnico profissionalizante. Essas são as nossas pautas claras, que precisam de atuação emergente”.
Desempenho dos estudantes e evasão escolar
Luciane mostrou preocupação com os índices de desempenho dos estudantes do ensino médio e a evasão escolar. “Com relação aos aspectos pedagógicos, a aprendizagem dos estudantes no ensino médio, onde os indicadores mostram resultados ruins. Com isso, precisamos de estratégias que retenham esse estudante, visto que a evasão é alta, e que ele saia preparado para o mercado de trabalho”.
Ensino técnico e diálogo com o setor produtivo
O alinhamento da educação técnica às necessidades regionais foi outro ponto destacado. “Outro ponto é a questão do ensino técnico profissionalizante, onde o aluno precisa responder às necessidades do setor produtivo de Santa Catarina. Precisamos de cursos técnicos voltados para a necessidade de cada região”.
Valorização dos profissionais da Educação
Para Luciane, a valorização dos educadores vai além do aspecto salarial. “Outro ponto é a valorização dos profissionais da Educação, que envolve questões além da questão do financeiro, mas capacitação e uma rede de cuidados para esse profissional. São temas pontuais que precisam de atenção nesse primeiro momento. Vamos cuidar de quem cuida”.
Inclusão de alunos com deficiência
A nova secretária reafirmou seu compromisso com a inclusão de todos os alunos no ambiente escolar. “Sobre a questão de alunos especiais, penso que ambos, aqueles que são e os que não são, precisam estar incluídos no ambiente escolar. Entretanto, o aluno especial precisa deter de toda a estrutura adequada para sua aprendizagem. E o professor precisa estar preparado para tudo isso”.
Regulamentação do uso de celulares nas salas de aula
Luciane defende o uso pedagógico dos celulares em sala de aula, com regras bem definidas. “Sou a favor da regulamentação dos celulares nas salas de aula. Você utiliza como instrumento de aprendizagem, não de forma deliberada. Defendo a regulamentação, ele é muito importante, mas não pode ser um entrave dentro das salas de aula”.
Municipalização e escolas cívico-militares
A secretária demonstrou cautela quanto à municipalização das escolas e indicou apoio ao modelo cívico-militar. “Sobre a municipalização das escolas estaduais, principalmente no âmbito fundamental, acredito que precisa ser bem avaliado de escola para escola. Precisamos dialogar com os professores, municípios e a comunidade em geral. Acredito que as escolas cívicas militares também devem avançar em Santa Catarina”.
Uma nova fase para a Educação catarinense
Com vasta experiência na área educacional e forte atuação no ensino superior, Luciane Bisognin Ceretta inicia sua gestão à frente da secretaria de Estado da Educação com metas bem definidas e atenção às realidades regionais. O desafio, segundo ela, é grande, mas será enfrentado com responsabilidade, diálogo e compromisso com a qualidade da educação pública em Santa Catarina.
Quem é Luciane Bisognin Ceretta?
Professora Luciane Bisognin Ceretta, é formada em Enfermagem e istração de Empresas. É mestre em Saúde Pública e Doutora em Ciências da Saúde. Possui MBA em Gestão de Pessoas e Gestão Estratégica de Negócios. Está em seu terceiro mandato como reitora da Universidade do Extremo Sul Catarinense, a Unesc. Ocupa ainda, pela segunda vez, a função de presidente da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe) e atua fortemente na defesa das universidades comunitárias no estado de Santa Catarina.
Professora da Unesc desde 1994, Luciane possui vasta experiência na saúde pública.
É referência em pesquisa por meio do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Foi precursora na implementação do Programa Vivências e Experiências na realidade do Sistema Único de Saúde, hoje desenvolvido em todos os municípios da Amrec e Amesc.
A valorização da área foi possível graças à pesquisa na área da Saúde Coletiva, com lutas constantes pela implementação de melhorias em prol da comunidade.
Na Universidade implantou o programa de Residências em Saúde com importante participação em todos os municípios do extremo Sul catarinense.
À frente da maior Universidade Comunitária do Sul, no período de pandemia de coronavírus coordenou ações e pesquisas para apoio aos municípios como o projeto SOS Covid Unesc, no qual a Instituição ofereceu atendimento gratuito aberto à comunidade de forma virtual. Liderou todo o processo de criação e implementação do projeto Graduação Multi, um novo formato de ensino aprendizado baseado na experiência desde as primeiras fases da graduação.
